Não sei como ela consegue

Voltando em 3, 2, 1..

Vou trazer um filme que super me idenfiquei... e sei que várias amigas também... Esse é um filme bem "Sessão da tarde", previsível e tal, mas que traz uma coisa super atual, o papel da mulher moderna... 

O filme NÃO SEI COMO ELA CONSEGUE  (I Don't Know How She Does It, 2011) traz a história de Kate, a típica mulher moderna, que têm que se dividir como mãe, esposa e profissional bem sucedida. Porém, mesmo com todo seu esforço ela sofre por não ter tempo para o marido e os filhos. E ainda ser uma profissional de sucesso.

Quem aí se identifica?  

Estamos vivendo num mundo onde se espera muito da mulher, se cobra dela a perfeição, e com isso ela mesma se cobra... Nos viramos em mil e ainda assim aos olhos dos outros e do nossos, estamos errando e não sendo suficientemente boas...

Não é nada fácil dar conta de tudo, muitas vezes sozinha. Vivemos numa sociedade que nos cobra ser uma super mãe, super mulher e super profissional. 

A mulher é um ser em sua essência complicado, temos que lidar desde sempre com os hormônios que já nos deixam em constante caos particular, ainda temos que lidar com os probleminhas diários, filhos, marido e trabalho/estudo.

Quem é que consegue ser a mulher maravilha? A esposa perfeita, cuidar dos filhos, deixar a casa impecável e ainda ser um sucesso no trabalho?

Mesmo sempre tendo os imprevistos fazemos o possível para ser boas mães. Sermos a melhor profissional, a amiga presente.

Vivemos fazendo listas para os compromissos, obrigações e tarefas. Nos organizamos e nos viramos em mil...

E mesmo assim, não conseguimos ter um controle sobre tudo.

Não devemos nos culpar, nos sentir incapazes... Sempre vai haver algo que saiu de nosso controle, que não ficou perfeito, mas não devemos nos chatear, afinal, fizemos o nosso melhor. 

Nos somos super mulheres sim! afinal vivemos numa sociedade que nos cobra a todo momento, e sempre estamos prontas a superar as dificuldades, mas não devemos esquecer que somos humanas. Erramos, cansamos e fraquejamos.

Vamos nos cobrar menos, acredito que isso é a chave para uma vida mais leve e feliz...

Voltando em 3, 2, 1...

Blogguinho abandonado a quase quatro anos...

Não abandonei porque não vi mais filmes parecidos com a vida real... Abandonei pq a minha vida deu um super giro de 360... Um giro maravilhoso, cheio de novidades, de novas sensações...

Vamos lá...
Quando comecei o blog estava me conhecendo, sabendo a pessoa que eu sou, o que eu queria pra minha vida, o que eu gostava etc etc... uma crise existencial mesmo... E pra mim a melhor terapia é e foi ver filmes, tentar ver neles conexões com a vida real, com situações cotidianas...

Desde que comecei o blog muita coisa e sonhos se tornaram realidade....

Eu me formei (sou arquiteta), trabalhei em várias áreas, consegui realizar um sonho - estudar fora na Itália, casei com um príncipe, tenho uma filha maravilhosa e estou fazendo mestrado...
E adivinha sobre o que será minha dissertação? Cinema, os edifícios e sua relação com a cidade. Mas isso não é assunto para cá.

Isso não significa que não tenho mais crise, hahahaha, vivo me questionando e os filmes continuam sendo meu divã... Tentarei manter uma constância nas postagens... E os sonhos continuo sonhando sempre e batalhar para conquistá-los...

Enfim, tentei resumir e justificar minha ausência e distanciamento.... Agora, vamos voltar a relacionar filmes com vida real...

FEBRE DO RATO

Mais um filme de Cláudio de Assis, para quem não sabe são dele também os filmes “Amarelo Manga” e “Baixio das Bestas”. Então já viu, não é um filme que vai agradar a maioria das pessoas, é um filme que nos tira da “zona de conforto”.

“Febre do Rato” retrata a história de Zizo, um poeta inconformado e anarquista, que publica as próprias custas o tabloide chamado “Febre do Rato”, onde pública suas poesias. Zizo vive num mundo “particular”. Ele conhece Eneida, uma jovem de 18 anos, que resiste as investidas do poeta e isso transforma a vida dele.

O filme se passa na cidade do Recife (mas pode ser qualquer outra cidade), retratando a classe baixa e as diferenças sociais visíveis na cidade. Isso pode ser visto quando o barco que Zizo está recitanto seus poemas percorre o Rio Capibaribe e vemos as palafitas e ao fundo os edifícios luxuosos da cidade. Muitas cenas do filme causam repulsa, cenas chocantes, mas conseguem colocar o dedo em nossa cara, e mostrar o que fingimos muitas vezes não ver, uma parte da população que leva a vida apenas tentando sobreviver. Mostrando de maneira crua e sem “enfeites” esse universo próprio e característico.

É um filme EXCELENTE! Elenco maravilhoso, roteiro bem conduzido e a fotografia toda preto e branco se encaixa perfeitamente.

Obs.: A expressão “Febre do Rato” significa quando algo/alguém está fora de controle ou danado :)

QUEM SOMOS NÓS?

Pra variar deixei o blog abandonado, né? Desculpa...

Vou começar por este. Nunca tinha ouvido falar nele, mas fui devidamente apresentada e sinceramente, adorei! Tive que assisti duas vezes, pois é muita informação e é o tipo de filme que mexe com nossa cabeça. Nos faz refletir sobre os diversos aspectos de nossas vidas...

“Quem somo nós” (What the Bleep to we Know!? - 2004) é um documentário que usa atores e personagens. A história se passa em torno de Amanda que passa por vários problemas e dificuldades.

Amanda leva uma vida “normal”... E entra numa espécie de “toca do coelho” bem estilo “Alice no País das Maravilhas”. Com isso Amanda entra em crise e começa a questionar os acontecimentos de sua vida principalmente em relação aos relacionamentos com outras pessoas, ou, ainda, a maneira como seus sentimentos afetam seu trabalho. Com o tempo ela aprende a relaxar e viver as experiências e começa a dominar seus medos, adquirindo sabedoria... Depois disso sua vida nunca mais será a mesma. Durante o filme é mostrada entrevistas de cientistas e místicos sobre física quântica, Deus, quem somos, a energia que geramos....

É um filme excelente, todos deveriam ver ao menos uma vez, pois é um estimulador de questionamentos, perguntas como “Quem somos nós? De onde viemos? A realidade é realmente tão simples quanto nos é apresentada?” nos são colocadas, fazendo com que olhemos para nossas vidas e percebemos como nossas atitudes influenciam...

TOMATES VERDES FRITOS

Sabe aquele filme que você sempre lembra quando está mal? Pois é, esse é o filme! Vi esse filme quando era adolescente, mas sempre penso nele... 

“Tomates Verdes Fritos” (Fried Green Tomatoes - 1991) é um filme que conta a história de Evelyn Couch uma mulher infeliz que afoga as mágoas comendo doces. Toda semana Evelyn vai com seu marido visitar uma Tia no hospital, porém essa não sua presença. Lá ela conhece Ninny Threadgoode, uma senhora que adora contar histórias. Entre essas histórias ela conta a história de Idgie Threadgoode, uma moça a frente de seu tempo (anos 20). Idgie tinha uma amiga Ruth, essa amizade não era vista com bons olhos. Mas aos poucos com seus tomates fritos elas cativam até os mais hostis.

A partir dessas histórias Evelyn começa a olhar a própria vida e resolve mudar algumas coisas...

"Alguém me ajudou a por um espelho na minha frente e não gostei nada do que vi. E sabe o que eu fiz? Eu mudei."

A melhor palavra para descrever esse filme é perfeição. É um filme lindo que trata de maneira sutil questões delicadas (discriminação racial, violência doméstica, terceira idade, baixa auto-estima).

Desse filme podemos tirar várias lições, dentre elas, que a coisa mais importante do mundo é uma amizade verdadeira e que devemos nos amar, nos valorizar e acreditar em nosso potencial.

INQUIETOS

“Inquietos” (Restless - 2011) conta a história de Enoch, um rapaz que vive numa eterna depressão após uma tragédia familiar e de Annabel, uma paciente terminal de câncer, que ama a vida. 

Eles se conhecem num funeral,  a partir daí começam a desenvolver uma relação de amizade e amor.... Juntos eles enfrentam os últimos dias de Anna com humor, descontração e regras próprias.

Filme do diretor Gus Van Sant, conhecido por filmes como “Milk” e “Elephant”.  

De inicio pode parecer um filme mórbido ou clichê, mas não é... Mostra que o amor pode ser visto de vários ângulos, mesmo em situações delicadas, como dois jovens lidando com o amor e a morte de maneira natural.

É um filme sensível, inteligente que nos ensina uma das maiores lições sobre o amor, o respeito. 

Devemos respeitar a individualidade do outro. Todos nos lidamos com as coisas da nossa maneira. As relações devem ser construídas a partir disso. Mesmo que o tempo seja curto, pois essa relação será uma lembrança... ("Se o fim é algo inevitável, a memória é uma forma de eternidade!")

Faz também uma análise sobre a amizade e o amor, que podem passar por dificuldades. O foco deve estar em solucionar os problemas e preservar esses sentimentos. Como diz no filme, "morrer é fácil, difícil mesmo é amar".

A INVENÇÃO DE HUGO CABRET

“A Invenção de Hugo Cabret” (Hugo - 2011) se passa em Paris dos anos 30. Conta à história de Hugo um garoto que vive na estação central de trens cuidando dos relógios do lugar. Sua única companhia é um autômato (uma espécie de robô) deixado por seu pai. Hugo vive tentando consertar esse robô, pois acredita que exista uma mensagem deixada por seu pai. Ele vive no anonimato, fugindo do fiscal da estação, se este lhe pegar vai mandá-lo para um orfanato. Um dia ele conhece Isabelle, eles começam uma bela amizade e vão viver uma grande aventura...

Filme fantástico! O filme é lindo. É uma bela história para os amantes da sétima arte, faz um resgate da história do cinema, e retrata a importância de Georges Méliès (um dos primeiros cineastas).

Tenho ouvido muitas críticas a respeito do título em português e não posso negar que a tradução do título está incoerente. Então respondendo a pergunta que muitos fazem “qual foi a invenção de Hugo Cabret?”. 

A invenção não é de Hugo e sim de Georges Méliès – os efeitos especiais e a magia do cinema. Hugo apenas “consertou” a invenção, pois Georges, abandonou sua condição de cineasta, e passou a viver como um decadente comerciante, inclusive dado como morto.

O filme é uma lição de vida. Saímos refletindo sobre os sonhos e ideais. Ele nos faz pensar sobre os sonhos que podemos ter... que não devemos desistir, mesmo que em alguns momentos pareça muito difícil alcança-los... Hugo nos ensina a ter paciência e fé em nós mesmos.

Outra boa razão para ver o filme é que ele é dirigido por Martin Scorsese, para quem não sabe ele dirigiu “Taxi Driver”, “Touro indomável”, “Os infiltrados”, entre tantos outros.  (Recomendo todos!) Ou seja, um diretor fantástico :P

PS.: Só uma ironia, se o filme de passa em Paris porque ninguém fala francês? Kkkkk