domingo, 26 de dezembro de 2010

AMOR POR CONTRATO

Acabei de chegar do cinema, vi “Amor por Contrato” (The Joneses - 2010), amei! Comédia crítica sobre os atuais valores e comportamento de nossa sociedade. 
O filme conta a história dos Jones, Kate, Steve, Mick e Jenn. Uma família aparentemente perfeita. Até parece que saíram de um comercial de margarina :P
Eles acabaram de se mudar para o subúrbio e rapidamente tornam-se o centro das atenções por conta de seu estilo de vida e seus “brinquedinhos” modernos e luxuosos. Eles despertam a inveja e cobiça dos vizinhos. Mas por trás de toda essa perfeição existe um segredo...
A família perfeita na verdade é uma farsa, eles são contratados pela Lifelmage, uma empresa para fazer marketing de produtos de alto luxo. Tudo é encenação... As coisas começam a sair de controle, quando Kate, a mãe começa a apaixonar-se pelo seu falso marido...
Vou parar por aqui, pois acabarei contando o final do filme... :P
Agente ri bastante no filme, mas se refletirmos um pouco veremos que estamos rindo de nós mesmo, pois todos já fizemos algo só pra ter determinada coisa. O filme é uma crítica a nossa sociedade, pois podemos ver que como no “mundo real” quase sempre as pessoas querem ter o que tem de mais caro e luxuoso, pois isso é sinônimo de status/glamour. Mas há coisas muito mais importantes do que dinheiro e status/glamour, existem coisas que o dinheiro não compra (como amor, família, amizade, carinho...). Acho que o filme nos faz refletir sobre isso, sobre o que realmente vale a pena na vida. 

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

VOCÊ VAI CONHECER O HOMEM DOS SEUS SONHOS

Vi este filme semana passada, pois aí vai uma dica, se você acha que vai sair do filme acreditando que vai encontrar “o homem dos seus sonhos” desista, você vai sair do cinema acreditando que nenhum presta. :(
“Você vai Conhecer o Homem dos seus Sonhos” (You Will Meet A Tall Dark Stranger - 2010) é um filme de Woody Allen, mas uma de suas recentes crônicas sobre o amor. Conta a história de dois casais Alfie e Helena e sua filha Sally e seu marido Roy.
Alfie e Helena estão casados a 40 anos, mas um dia ele resolve acabar o casamento pois quer recuperar a juventude, virando um playboy de meia idade. Helena fica destruída com isso, tenta até suicido, e busca apoio com sua filha, Sally, que também não têm bom casamento com Roy, ele é formado em medicina mas nunca exerceu a profissão, “sonha” em ser escritor. Sally está numa fase da vida onde quer começar a construir sua família.
No meio de toda essa confusão Alfie se casa com Charmaine, uma ex-prostituta com metade de sua idade, que só está interessada em seu dinheiro. Helena passa a se consultar com a charlatã Crystal, que se diz vidente. Roy se apaixona por sua vizinha que só usa roupas vermelhas e não consegue finalizar seu livro, e Sally começa a se encantar por seu chefe.
O filme não tem exatamente um final feliz, na verdade não tem final feliz, a única pessoa que se dá relativamente bem é Helena.
Sai do filme de certo modo indignada, porque fiquei com aquela sensação será que realmente nenhum homem presta? Será que não existe amor de verdade?
Poxa, se eu deixar de acreditar no amor, vou acreditar em que? Não posso deixar de acreditar, e acho que ninguém deveria deixar de acreditar, pois quando deixamos de acreditar em algo essa “coisa” vai ficando esquecida e acaba desaparecendo, por isso acho que estamos nesse mundo louco, as pessoas esqueceram o que é o amor, não necessariamente precisa ser amor de homem e mulher, mas amor ao próximo. 

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

500 DIAS COM ELA

"Esta não é uma história de amor. Esta é uma história sobre amor." Esta frase define bem o filme "500 dias com ela" ((500) Days of Summer - 2009), amei porque conta uma história de pessoas românticas e que acreditam no amor, que sempre no fim se dão mal. Alguém se identifica?

Tom é o cara, que está em “extinção” nos dias de hoje, romântico e que acredita no amor e sonha em encontrá-lo. Até que conhece Summer, a garota que parecia ser tudo que ele sempre quis... Porém, ela não acredita no amor. (Como existe alguém assim? O pior é que existe...) Daí eles começam a se relacionar, mas os acontecimentos do dia a dia e os desencontros da vida fazem com que eles se separem. Ela decidiu colocar um ponto final na relação, dando um pé na bunda dele (ela deve ser louca!). Aí começa o desenrolar da história, com Tom tentando entender tudo que deu errado, repassando os diversos aspectos da relação e da sua vida. O filme mostra de maneira não linear esses 500 dias da relação deles. 

Além da história achei a trilha sonora linda e charmosa se encaixando perfeitamente.

O filme me fez sentir e acho que faz qualquer pessoa, que seja "um pouco" Tom, porque acho que todo mundo já foi um pouco Tom um dia... amando e não sendo amado, ou amando e não sendo amado do mesmo modo.

Então achei que é um ótimo filme, porque acho bem mais real a história do casal que não acaba junto, assim não tem um "tradicional" final feliz...  Mas a principal coisa que o filme me fez ver é que agente sofre, aprende e segue em frente. Eu não deixo de acreditar no amor, porque acho que é isso que move as pessoas, ou pelo menos deveria mover... Porque nos dias de hoje as pessoas deixam de acreditar no amor, nos sonhos...

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

NA NATUREZA SELVAGEM

Depois de ouvir ótimas críticas e comentários sobre o filme, peguei emprestado e resolvi assistir... Não me arrependi nenhum pouco, amei o filme, sua história me deixou com a cabeça a mil, pois é uma história perturbadora, uma lição de vida, que nos faz rever os conceitos sobre os verdadeiros valores da vida.
“Na Natureza Selvagem” (Into the Wild – 2007) é um filme baseado numa história real que conta a história de Cristopher McCandless, um jovem de 23 anos, classe média-alta, recém formado, que doa toda suas economias para a caridade e resolve sair em busca de liberdade e de descobrir o verdadeiro eu, a essência do ser humano, o verdadeiro sentido da vida. Seu destino final – Alasca Selvagem.
Para isso logo no início de sua jornada abandona seu carro e queima seu dinheiro, destrói inclusive sua identidade se rebatizando de Alexander Supertramp. Chris deixa tudo para trás, preocupando-se apenas com o que vai comer e onde irá dormir. Em sua jornada leva livros de autores como Tolstoi e Thoreau e um sobre frutas, folhas e raízes.
Sua jornada dura 2 anos, ele percorre o país com caronas, a pé, canoa ou arranjando empregos temporários sempre que apertava a situação. No seu percurso ele conheceu pessoas que lhe ensinam lições e ele a elas. 
Após 2 anos na estrada ele chega ao Alasca, onde encontra o "ônibus mágico", passando a morar nele, lá ele caça, faz anotações e sobrevive de frutas e raízes pro meses. Porém após rigoroso inverno ele tenta voltar pelo mesmo caminho que chegou mas têm a desagradável surpresa, o rio tornou-se impossível de atravessar, ele volta ao ônibus... Os animais desaparecem e no "desespero" por conta da fome ele vai atrás de raízes e frutas, cometendo um terrível engano, ele confunde-se  com duas espécies e acaba envenenado e como decorrência ele morre de inanição. Semanas após sua morte, montanhistas encontram o corpo de Chris com os seus livros, máquina fotográfica e anotações.
Pois bem, desde ontem não consegui parar de pensar um segundo em tudo que vi e ouvi, sei que dá uma vontade de jogar tudo para o alto e sair como ele em busca do nosso verdadeiro eu, mas isso não é possível... Admiro sua coragem ao fazer isso, mas agente tem que ter um pouco de prudência, medo, cautela... pois as coisas nem sempre saem como esperamos e o final feliz planejado vai por água abaixo...
Acho que todos devem assistir ao filme e refletir sobre o verdadeiro sentido da vida, e nunca esquecer que precisamos de companhia, pois como Chris percebeu em seus últimos momentos "Happiness only real when shared." (A felicidade só é real quando partilhada), então não vamos nos esquecer que ninguém é nada ou consegue algo sozinho, precisamos das pessoas de nossa confiança ao nosso lado para nos apoiar e nos criticar nos momentos necessários.

O PEQUENO PRÍNCIPE

Aqui faço relação da vida com filmes, mas... O Pequeno Príncipe (Le Petit Prince – escrito por Antoine de Saint-Exupéry) é uma história clássica, que virou filme em 1974 - The Little Prince. Acho que todos mais ou menos minha idade já viram o filme, pois passou inúmeras vezes na “Sessão da Tarde”, apaixonando várias gerações...
Apesar de achar que conhecem a história vou relembrar...
É a história de um piloto da segunda guerra mundial, que após uma pane em seu avião está perdido no meio do Deserto de Saara... Um dia ele é acordado por um pequeno príncipe que lhe pede para desenhar um carneiro. O piloto lhe diz que não sabe desenhar, e mostra o desenho que fez ainda criança que os adultos não reconheciam ou identificavam, mas o príncipe reconhece e a partir daí começa o desenrolar da história.
O pequeno lhe conta que veio de um pequeno planeta que têm três vulcões e sua amada rosa e conta o drama que vive em seu planeta, o drama do baobá, pois como mora em um planeta muito pequeno e o baobá é uma árvore grande e se ela crescer acaba com seu lar. Por isso precisa do carneiro, pois estes comem arbustos. Conta também suas aventuras em outros planetas, o planeta habitado por um único rei, o do homem vaidoso, do bêbado, do homem de negócios, do acendedor de lampião, do geógrafo, e por último o planeta terra, onde conheceu a serpente, a raposa e agora o piloto.
Confesso que não li o livro quando criança, só li agora a pouco, mas vi inúmeras vezes o filme na Sessão da Tarde, e como sempre chorava, mais isso é normal, choro em quase todos os filmes :P
Acho que é uma história para adultos, para gente grande, quando nos tornamos adultos deixamos de lado as coisas importantes... Ficamos muito superficiais...
Vim escrever hoje, pois me lembrei de um trecho do livro bem importante que acho que muitas vezes as pessoas (mesmo que sem querer) acabam cometendo esse erro e nos magoando...

"E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia - disse a raposa.
- Bom dia - respondeu educadamente o pequeno príncipe, que, olhando a sua volta, nada viu.
- Eu estou aqui - disse a voz -, debaixo da macieira...
- Quem és tu? - perguntou o principezinho. - Tu és bonita...
- Sou uma raposa - disse a raposa.
- Vem brincar comigo - propôs ele. - Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo - disse a raposa. - Não me cativaram ainda.
- Ah! Desculpa - disse o principezinho. Mas após refletir, acrescentou:
- Que quer dizer "cativar"?
(...)
- Eu procuro amigos. Que quer dizer cativar? Disse o príncipe.
- É algo quase sempre esquecido - disse a raposa. - Significa "criar laços"...
- Criar laços?
- Exatamente - disse a raposa. - Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil garotos. Eu não tenho necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro.
Serás para mim único no mundo. Eu serei para ti única no mundo...
(...)
- A gente só conhece bem as coisas que cativou - disse a raposa. - Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo já pronto nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
(...)
- Os homens esqueceram essa verdade - disse ainda a raposa. - Mas tu não deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...
- Eu sou responsável pela minha rosa... - repetiu o principezinho, para não se esquecer."

Coloquei o trecho aqui porque não precisa de mais palavras pra explicar o que quis falar, acho que as pessoas vão entender. Como se diz, “a carapuça serviu!”